O cofundador e CEO da OpenAI, Sam Altman, marcou presença num dos mais recentes episódios do podcast ‘This Past Weekend’ de Theo Von no YouTube e aproveitou a oportunidade para falar da próxima geração do modelo de linguagem da empresa - o GPT-5.
Altman afirmou que nos últimos tempos o GPT-5 tem ficado cada vez mais rápido, mostrando durante a conversa com Theo Von estar até um pouco assustado com o ritmo a que o modelo de linguagem está a progredir.
O líder da OpenAI contou que a evolução do GPT-5 ficou evidente quando recebeu um e-mail com uma pergunta que não compreendeu e que, ao colocar a mesma pergunta à Inteligência Artificial, esta foi capaz de responder sem problema. Foi neste ponto que Altman comparou o GPT-5 ao 'Manhattan Project' (Projeto Manhattan) - o programa de investigação que teve lugar durante a primeira metade dos anos 1940 que levou à criação das primeiras bombas atómicas.
“Há estes momentos na história da ciência em que tens um grupo de cientistas a olharem para a sua criação e dizem apenas: ‘O que é que fizemos? Talvez seja bom, talvez seja mau, mas o que é que fomos fazer?’”, notou Altman. “Talvez o exemplo mais icónico seja aqueles cientistas que trabalharam no Manhattan Project em 1945, a verem o teste Trinity, verem este novo tipo de poder a uma escala além da humana e todos saberem que iria remodelar o mundo. Penso que as pessoas que trabalham em Inteligência Artificial têm essa mesma sensação”.
O líder da OpenAI afirmou ainda que, apesar de considerar que a Inteligência Artificial trará benefícios para todos os que a utilizem, acha que “há claramente riscos reais” no avanço desta tecnologia.
Apesar de não ter entrado em detalhes técnicos em relação ao que o terá assustado no GPT-5, serve sublinhar que - apesar de não ser a primeira vez que Altman se mostra cauteloso em relação aos avanços na área da Inteligência Artificial - é sim uma das primeiras ocasiões em que admite ficar assustado.
Durante a conversa com Theo Von foram abordados outros temas por Altman, nomeadamente o uso crescente do ChatGPT como terapeuta ou advogado e que o executivo não aconselha.
O líder da OpenAI apontou que as conversas com o ChatGPT não são abrangidas pelo mesmo tipo de confidencialidade que têm as sessões com terapeutas ou advogados, o que significa que a empresa poderá ser obrigada a entregar às autoridades conversas pessoas caso lhe venha a ser exigido.
Apesar de tudo isto, neste conversa Altman mostrou-se mais preocupado com o efeito que os vídeos de curta duração podem ter na capacidade de atenção e de foco dos utilizadores mais jovens.
“Tenho preocupações sobre jovens e tecnologia”, explicou Altman. “Penso que o pico de dopamina dos ‘feeds’ de vídeos curtos está provavelmente a interferir com o desenvolvimento cerebral das crianças de uma forma super profunda”.
No que diz respeito ao efeito que a Inteligência Artificial pode ter nos mais jovens, Altman afirma que é um passo natural e que estes utilizadores mais jovens estarão mais capacitados e preparados para o futuro do que os trabalhadores mais jovens.
“Se olharmos para a História do mundo, as pessoas que crescem com uma nova tecnologia são sempre fluentes”, notou o líder da OpenAI. “Conseguem sempre perceber o que fazer. Essas pessoas aprendem sempre a fazer os novos trabalhos. Mas, se tens 50 anos, tens de aprender a fazer as coisas de uma forma diferente e nem sempre funciona”.
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