A previsão de chuvas fortes no Texas, nos EUA, interromperam, este domingo as buscas por sobreviventes das cheias repentinas do dia 4 de julho, e que mataram, até ao momento, 132 pessoas.
Esta foi a primeira vez que os trabalhos de busca e salvamento foram interrompidos, numa altura em que se acredita que ainda há cerca de 160 pessoas desaparecidas.
O receio de que a chuva prevista pudesse originar uma nova subida do nível das águas obrigou, contudo, a que os membros de resgate tivessem também eles que se abrigar.
Antes disso, noticia a 7 News, na localidade de Kerrville, foram bater porta a porta para alertar as pessoas do agravamento do estado do tempo e dos cuidados a ter. Recorde-se que foi por parte dos habitantes desta localidade que vieram as maiores criticas em relação à atuação das autoridades no início de julho.
Já ao final da tarde, o Gabinete do Xerife do Condado de Kerr anunciou que as equipas de busca na parte ocidental do condado podiam retomar os seus esforços. A imprensa norte-americana revela que novas chuvas de forte intensidade fizeram com que vários rios ultrapassassem o nível das suas margens.
Mais a norte do condado, em San Saba, as cheias danificaram cerca de 100 casas e derrubaram inúmeras extensões de vedações para gado, revelou Ashley Johnson, diretor executivo da Hill Country Community Action Association, uma organização local sem fins lucrativos.
Há também a registar o resgate de um automobilista que ficou retido numa ponte submersa sobre o rio Bosque e que se apoiou no veículo enquanto as equipas tentavam chegar até ele com coletes salva-vidas.
Na cidade de Sonora, no oeste do Texas, as autoridades pediram a evacuação de alguns bairros devido à subida das águas das cheias. Num vídeo publicado no domingo à tarde no Facebook, a Presidente da Câmara, Juanita Gomez, disse que tinham sido efetuados alguns salvamentos na água e que tinha sido aberto um abrigo temporário para os habitantes no centro da cidade.
Pode ver na galeria acima algumas das imagens das inundações deste domingo.
As chuvas inesperadas a 4 de julho
Recorde-se que as águas subiram 8 metros no Rio Guadalupe em apenas 45 minutos antes do amanhecer de 04 de julho, arrastando casas e veículos, e desde então, equipas de busca têm usado helicópteros, barcos e 'drones' para procurar vítimas e resgatar pessoas presas em árvores e em acampamentos isolados por estradas destruídas pela água.
Nesse dia, caíram quase 300 milímetros de chuva por hora, um terço da precipitação média anual.
As autoridades locais foram criticadas pelos residentes e especialistas por não ordenarem a evacuação das zonas próximas do rio, apesar das fortes chuvas, e pela falta de meios de comunicação com os monitores do acampamento.
Vários residentes de Kerrville disseram à EFE que receberam alertas de inundações e chuvas fortes nas primeiras horas do dia 04 de julho, sem que lhes fosse solicitado que se colocassem em local seguro.
O Serviço Meteorológico Nacional (NWS) começou a emitir alertas de inundações para os condados de Bandera e Kerr, os mais afetados, a partir da 1h00 de 05 de julho.
A CNN noticiou ontem que os esforços de ajuda da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) foram atrasados por obstáculos burocráticos após uma nova regra adotada pela secretária, Kristi Noem, com o objetivo de reduzir as despesas.
Pelo menos 27 raparigas e conselheiros morreram no Acampamento Mystic, nas margens do rio Guadalupe, um dos vários varridos pelas inundações.
As buscas por sobreviventes no centro do Texas envolvem agora mais de 2.000 socorristas, polícias e especialistas, apoiados por helicópteros, 'drones' e equipas de resgate com cães.
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