"O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, apela ao fim imediato do regresso forçado de todos os refugiados e requerentes de asilo afegãos, particularmente aqueles em risco de perseguição", disse a porta-voz da Nações Unidas Ravina Shamdasani, numa conferência de imprensa em Genebra.
"Este deve ser um momento de solidariedade para com o povo afegão", acrescentou a porta-voz, sublinhando que a situação no país, onde os talibãs retomaram o poder, em agosto de 2021, "é particularmente difícil".
Para a ONU, há o risco de os afegãos enfrentarem violações dos direitos humanos, no regresso, e a porta-voz apelou aos países para que garantam regressos "voluntários, seguros, dignos e de acordo com o direito internacional".
A ONU já tinha criticado as expulsões de afegãos para o país de origem - referidas na altura pela Alemanha, no início de julho - e pediu mais recursos para acolher o fluxo de refugiados que regressavam à força do Irão e do Paquistão.
O Governo alemão procedeu à expulsão de 81 afegãos condenados por tribunais, naquele que é mais um sinal do endurecimento da política de imigração implementada pelo chanceler, Friedrich Merz.
O Paquistão e o Irão acolheram milhões de afegãos nas últimas décadas, devido a guerras e invasões no Afeganistão.
Estes refugiados, muitas vezes alvos das autoridades que os acusam de aumentarem a criminalidade, estão sujeitos a medidas de expulsão acelerada.
Em pouco mais de sete meses, mais de 1,9 milhões de afegãos regressaram do Irão e do Paquistão em direção ao Afeganistão, segundo a ONU.
Os cidadãos afegãos expulsos incluem jornalistas, antigos funcionários públicos ou funcionários do anterior regime, que correm o risco de represálias quando regressam ao Afeganistão, indicaram as Nações Unidas.
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