Igreja Anglicana da Nigéria rompe com a de Gales após nomeação de arcebispa lésbica

A Igreja Anglicana da Nigéria rompeu oficialmente relações com a sua homóloga do País de Gales por considerar uma abominação a nomeação de Cherry Vann como arcebispa, a primeira pessoa abertamente homossexual a ocupar esse cargo no Reino Unido.

Cherry Vann

© ChurchinWales/ X (antigo Twitter)

Lusa
06/08/2025 11:49 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Igreja Anglicana

De acordo com a imprensa local, o Arcebispo da Igreja da Nigéria (como é conhecida a Igreja Anglicana no país), Henry Ndukuba, afirmou numa conferência realizada na terça-feira, na capital Abuja, que a escolha de uma mulher lésbica contradiz os ensinamentos da Bíblia.

 

Ndukuba rejeitou "a ação dos revisionistas da Igreja Ocidental do Reino Unido, concretamente da Igreja do País de Gales", acusando-os de não recuarem na sua "agenda maligna", mas de a intensificarem.

"A eleição de uma mulher lésbica não tem origem numa missão (...) Rejeitamos a eleição da reverenda Cherry Vann como arcebispa do País de Gales" e "rompemos todos os laços e relações com a Igreja do País de Gales", afirmou o líder religioso.

Contudo, Ndukuba demonstrou apoio aos setores conservadores do anglicanismo galês através da Conferência Global do Futuro Anglicano (GAFCON, na sigla em inglês), um encontro de líderes e bispos anglicanos conservadores realizado de cinco em cinco anos.

Vann tornou-se, em 30 de julho, na primeira mulher a ocupar o cargo de arcebispa no Reino Unido, marcando um novo avanço para as mulheres e para a comunidade LGBTI (lésbicas, gays, transgénero, bissexuais e intersexo) na Igreja anglicana.

Ainda assim, as divisões no seio desta confissão --- na qual as mulheres podem exercer o sacerdócio há pouco mais de três décadas --- tornaram-se visíveis nos últimos tempos.

Em abril de 2023, mais de 1.300 líderes anglicanos reunidos no Ruanda para a GAFCON manifestaram a sua oposição a uma moção aprovada em fevereiro desse ano pelo Sínodo Geral, que permite abençoar casais homossexuais casados ou unidos em cerimónias civis, embora sem celebrar os seus casamentos.

Os setores mais conservadores de várias correntes cristãs têm vindo a ganhar força nos últimos anos em África, onde tem aumentado o discurso e a implementação de leis anti-LGBTI.

O continente africano alberga mais de 30 dos mais de 60 países no mundo que criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo.

Leia Também: Hong Kong. Rejeição da união homossexual pode "violar Estado de direito"

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