Sem avançar quaisquer pormenores, Ali Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, referiu que, antes da visita ao Iraque, foi redigido um "importante acordo de segurança".
O Iraque, que conseguiu manter-se à margem dos conflitos militares que assolam a região há quase dois anos, equilibrando ao mesmo tempo as relações com o Irão e os Estados Unidos, acusou Israel de usar o seu espaço aéreo para lançar ataques contra a República Islâmica durante uma guerra de 12 dias em junho e apresentou uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU.
O governo iraquiano também tentou impedir que grupos armados locais ligados ao Irão entrassem na luta na época.
Num comunicado, em Bagdade, o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, igualmente sem avançar pormenores, adiantou ter-se reunido com Larijani e que "patrocinou a assinatura de um memorando de entendimento sobre a coordenação de segurança na fronteira comum entre os dois países".
O conselheiro de segurança nacional do Iraque, Qassim al-Araji, confirmou o encontro com Larijani, afirmando num comunicado sucinto separado que discutiram "a implementação do acordo de segurança assinado entre os dois países" e "enfatizaram que o governo iraquiano está a trabalhar diligentemente para impedir qualquer violação da segurança com o objetivo de invadir qualquer país vizinho".
Na declaração é sublinhado que Larijani "elogiou o governo iraquiano e a sua política externa equilibrada".
Al-Araji e Larijani também discutiram a situação de segurança na região e os crimes de fome e de assassínio do povo palestiniano na Faixa de Gaza", apelando à comunidade internacional para que tome medidas para travar o cerco israelita ao enclave.
Em julho, numa entrevista à agência noticiosa Associated Press (AP), al-Sudani afirmou ter utilizado uma combinação de pressão política e militar para impedir que grupos armados no Iraque alinhados com o Irão se juntassem à guerra de junho, que viu os Estados Unidos lançarem ataques contra importantes instalações nucleares iranianas enquanto Israel travava uma guerra aérea contra a República Islâmica.
Quando o Irão retaliou disparando mísseis contra Telavive, grupos armados no Iraque tentaram lançar mísseis e 'drones', indicou al-Sudani, mas foram impedidos de o fazer em 29 ocasiões através de "operações de segurança" do governo iraquiano.
O primeiro-ministro iraquiano não especificou o alvo dos mísseis e drones, mas, no passado, fações no Iraque dispararam contra Israel e contra bases no Iraque que abrigavam tropas norte-americanas.
Larijani também deve visitar o Líbano no final da semana, onde, segundo a IRNA, se reunirá com as autoridades locais para discutir assuntos como "a unidade nacional e a independência do Líbano".
A visita ao Líbano ocorre num momento em que Israel continua a lançar ataques contra o grupo Hezbollah, apoiado por Teerão, apesar do cessar-fogo assinado em novembro após a guerra entre Telavive e o movimento xiita libanês, e enquanto Beirute pressiona o grupo a entregar as armas e equipamento militar até ao final do ano.
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