Defesa? "Estamos a investir a pensar na paz", afirma Nuno Melo

Nuno Melo, ministro da Defesa, salientou, esta sexta-feira, que quando se fala em investimento na Defesa se está a "pensar na paz" e em "mecanismos de dissuasão" e reforçou que "neste investimento" há "regras".

Nuno Melo

© Luis Boza/NurPhoto via Getty Images

Maria Gouveia
18/07/2025 23:48 ‧ há 6 horas por Maria Gouveia

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O ministro da Defesa, Nuno Melo, afirmou, esta sexta-feira, que quando o Governo fala em investir na Defesa está a "pensar na paz" e em "mecanismos de dissuasão", reforçando também que "neste investimento" há "regras".

 

Em entrevista à CNN Portugal, e quando questionado sobre se Portugal vai esperar pelos caças europeus ou avançar para os F35 norte-americanos, Nuno Melo salientou que "fazer parte de um projeto de 6.ª geração não tem custos, o propósito é esse mesmo". 

"Isso coloca-nos numa posição que é uma posição avançada em relação àquilo que será o futuro. Neste momento, não está em cima da mesa a substituição de caças F- 16", notou. 

E acrescentou: "Quando falamos de investimentos nas Forças Armadas, falamos em muitíssimos meios. E quando falamos em Defesa nacional pensamos em começar naquilo que é um retorno muito grande para a população portuguesa. Desde logo, equipamentos que são de duplo uso". 

Desta forma, o governante enumerou algumas situações, tais como "um centro de saúde de campanha que esteve durante um ano no Corvo", "módulos de alojamento e transporte sanitários", durante seis meses, em São Jorge, no "apoio às populações na sequência dos terramotos" ou "um bloco cirúrgico que esteve um ano no IPO de Lisboa, quando estavam obras em curso". 

"Nós estamos numa época onde os fogos são uma preocupação e, só em 2024, o exército teve 2.200 viaturas e mais de 530 militares a fazer patrulhamentos, sendo que, o que tem de ver com ações de prevenção e rescaldo -, mas também mais tarde de combate aos fogos -, são feitos pela Força Aérea e pela própria Marinha com fuzileiros", disse, referindo ainda que "ações de busca e salvamento de emergência médica, transporte de órgãos, repatriamento" são feitos com feitos "com recurso às Forças Armadas". 

O ministro sublinhou que "quando fala em investimento nas Forças Armadas" não está a falar de "armas e munições". "Estamos a falar da capacidade de três ramos prestarem uma série de serviços que são indiscutíveis". 

"Quando nós investimos, investimos naquilo que pode ser uma situação de guerra, mas estamos a investir a pensar na paz. Quando investimos na Defesa nacional e nas Forças Armadas estamos a reforçar mecanismos de dissuasão", frisou.

Investimento? Governo tem uma "dupla regra-travão"

Perguntado sobre como é que o novo aeroporto entra na qualificação de duplo uso, Nuno Melo referiu que no "atual aeroporto há um AT1, onde aeronaves militares operam" e que isso "também acontecerá no novo aeroporto". 

"Neste investimento nós temos regras e nós começamos pelas pessoas. Falo em quadros remuneratórios, em suplementos, falo da criação do primeiro mecanismo de proteção e de apoio no caso de incapacidade ou morte, que nem sequer existia. Foi criado, isso implica investimento nas pessoas", afirmou. 

Nuno Melo abordou ainda a questão da Saúde Militar: "O hospital militar tem em vista o universo das Forças Armadas, mas naquilo que é a capacidade sobrante fica ao auxílio do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS)". 

"Este ano, lançamos a construção do Polo de Cirurgia das Forças Armadas, decidimos comprar equipamentos como um robô cirúrgico ou equipamentos de tomografia computorizados. Estamos a investir na saúde militar, mas que vem também a benefício daquilo que é a população geral", disse.

O ministro da Defesa - e líder do CDS - destacou ainda, na mesma entrevista, que no investimento em Defesa o Governo tem uma "dupla regra-travão": "nunca por em causa o Estado social e não por em causa a economia e reforçá-la", dando conta de que, por exemplo, um navio-patrulha oceânico está a ser construído nos estaleiros em Viana do Castelo. 

Referiu também que um KC 390 foi projetado por engenheiros portugueses e que "cada venda de um destes significa 11 milhões de euros para a economia portuguesa". 

Recrutamento e retenção? "Houve melhor números em todos os ramos"

"Nós sabemos que, durante muitos anos, os números de recrutamento e os números de retenção foram caindo sempre, de forma consistente. Porquê? Porque não se investia nas pessoas. Não se investia nos homens e mulheres das Forças Armadas. Nós podemos ter os melhores equipamentos, mas se não investirmos nos militares não temos Forças Armadas", sublinhou.

Nuno Melo afirmou também que, no final de 2024, "houve melhores números de recrutamento em todos os ramos" e houve "maior retenção", tendo apontado ainda os aumentos salariais, suplementos, respostas sociais e habitação.

Leia Também: Seguro: Investimento em Defesa tem de ter "retorno" e servir outras áreas

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