"Executivo de Moedas deixa Lisboa mais suja, mais desigual, mais caótica"

A cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas, a socialista Alexandra Leitão, defendeu hoje uma cidade em que morar "não seja um privilégio, mas um direito", criticando o radicalismo "disfarçado de moderação".

Alexandra Leitão

© Getty Images

Lusa
18/07/2025 13:12 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Autárquicas

"Ao fim de quatro anos de mandato, o executivo de Carlos Moedas (PSD) deixa uma cidade mais suja, mais desigual, mais caótica, mais difícil de viver. Com Carlos Moedas há propaganda, mas não há substância. Há imagem, mas não ação", afirmou Alexandra Leitão.

 

A socialista falava no âmbito da formalização do acordo de coligação em Lisboa entre PS, Livre, BE e PAN para as eleições autárquicas de 12 de outubro, num evento no Miradouro de São Pedro de Alcântara, com a presença dos líderes nacionais dos quatro partidos.

O acordo de coligação "Viver Lisboa" (inicialmente anunciada como "Lisboa Decidida") foi assinado por Alexandra Leitão pelo PS, Carlos Teixeira pelo Livre, Carolina Serrão pelo BE e António Morgado Valente pelo PAN.

Na sua intervenção, a socialista respondeu ao discurso do social-democrata Carlos Moedas na apresentação da sua candidatura em coligação entre PSD, CDS-PP e IL, em que disse que a escolha em Lisboa seria entre a moderação e o radicalismo do PS.

"Radical é não ter uma política de habitação. [...] Radical é abandonar o espaço público ao lixo, à degradação e ao desleixo. Radical é falar de segurança, mas não ter iluminação pública suficiente, não instalar câmaras de videovigilância e ter uma polícia municipal com um número de agentes em mínimos históricos", expôs Alexandra Leitão.

A cabeça de lista desta coligação de partidos de esquerda reforçou: "É contra esse radicalismo, disfarçado de moderação, que esta coligação se levanta".

"Juntos somos muito mais do que a soma das partes, somos um projeto para Lisboa. Unimo-nos por Lisboa, com respeito pelas diferenças e com a força das ideias que partilhamos para transformar a cidade: ideias progressistas, humanistas e responsáveis", indicou a socialista.

Esta coligação de esquerda, segundo Alexandra Leitão, é inspirada no socialista Jorge Sampaio, presidente da Câmara de Lisboa entre 1990 e 1995, "que há 35 anos formou uma coligação para devolver Lisboa aos lisboetas, tendo como grande prioridade a habitação pública".

No início da sua intervenção, a candidata pela coligação "Viver Lisboa" mencionou também o socialista António Costa, que foi presidente da Câmara de Lisboa entre 2007 e 2015, justificando a escolha pelo Miradouro de São Pedro de Alcântara, lugar que foi devolvido aos lisboetas.

"Queremos uma cidade em que morar não seja um privilégio, mas um direito", sublinhou Alexandra Leitão.

Na habitação, propõe que pelo menos 20% das casas em Lisboa sejam públicas, reabilitação de edifícios devolutos, usar terrenos municipais para soluções inovadoras como casas modulares, regular e fiscalizar o alojamento local e rever o Plano Diretor Municipal para "travar a conversão de habitação em turismo e garantir quotas obrigatórias de renda acessível nos novos empreendimentos".

Outras das propostas são na mobilidade, desde transportes públicos gratuitos para residentes a mais corredores BUS, mas também quanto ao espaço público, com higiene urbana eficiente, à proteção do património arbóreo, à educação e ação social e à economia local.

"A cidade precisa de mudar. Não basta fingir que se faz para os dois minutos de um vídeo de tik-tok, é preciso fazer mesmo, com coragem e capacidade de decidir e executar", frisou Alexandra Leitão, contando que tem "ouvido muito as pessoas", que se queixam de lixo acumulado, buracos nas ruas, rendas incomportáveis, escolas degradadas, lentidão dos transportes e insegurança provocada pelo tráfico de droga.

Reforçando que é preciso "pôr fim a esta inação que destrói a cidade", a socialista prometeu "ambição" para que Lisboa seja uma referência europeia em inovação urbana, sustentabilidade mobilidade, cultura e qualidade de vida.

"Lisboa precisa de voltar a gostar de si própria", defendeu.

No atual mandato (2021-2025), a Câmara de Lisboa é presidida pelo social-democrata Carlos Moedas (a governar sem maioria absoluta), que já apresentou a sua recandidatura às próximas autárquicas, através de uma coligação entre PSD, CDS-PP e IL, designada "Por ti, Lisboa".

Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU -- coligação PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), José Pinto Coelho (Ergue-te!), Bruno Mascarenhas (Chega) e José Almeida (Volt).

O atual executivo integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.

[Notícia atualizada às 14h24]

Leia Também: "São ladainhas", diz Carneiro sobre críticas de Moedas a Alexandra Leitão

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