Belém vs liderança da IL: "Não queria estar nos dois campeonatos. Optei"

A nova líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, falou sobre a quase entrada na corrida a Belém, o futuro do partido e a vontade enfrentar o "desafio" de umas Legislativas.

Mariana Leitão, Iniciativa Liberal

© X / Iniciativa Liberal

Teresa Banha
23/07/2025 23:55 ‧ há 2 dias por Teresa Banha

Política

Mariana Leitão

A presidente da Iniciativa Liberal (IL), Mariana Leitão, mostrou-se interessada em fazer um "trabalho de fundo" no partido, que lidera desde o fim de semana passado, quando foi eleita com 73% dos votos.

 

"O meu foco será certamente o futuro e o que eu pretendo é fazer um trabalho de fundo na IL e ficar bastante tempo, no sentindo em que quero fazer umas Legislativas. Esse desafio gostava de enfrentar", referiu, em entrevista à RTP3, esta quarta-feira.

Questionada sobre a alta rotatividade dos líderes da IL que tem vindo a acontecer, Mariana Leitão apontou que a "maior parte das alterações que foram havendo foram muitas vezes por decisões do próprios presidentes, que entenderam que o deveriam fazer. É o passado, há razões que o justificam".

Sublinhando que "há razões que o justificam" e que essa é uma questão do passado, Mariana Leitão preferiu focar-se no futuro: "O que eu pretendo é fazer um trabalho de fundo na IL e ficar bastante tempo, no sentindo em que quero fazer umas Legislativas. Esse desafio gostava de enfrentar."

Confrontada com a possibilidade de os antigos líderes terem colocado interesses pessoais à frente do partido, a líder dos liberais discordou: "Não concordo com essa afirmação. Não acho que tenham posto os seus interesses à frente do partido. Acho até que qualquer um dos anteriores líderes mostrou bastante desprendimento pelo cargo, no sentido em que não ficou agarrado ao cargo, independentemente dos resultados que foram tendo."

"Os líderes da IL, por diversas razões, algumas também relacionadas com estes ciclos muito curtos que tivemos entenderam que, por algum motivo, [deveriam sair]. No caso concreto do ex-presidente Rui Rocha, que os objetivos que teria estabelecido não teriam sido alcançados, e que, por isso, decidiu sair. O que está em causa, em qualquer uma das situações, não são os interesses pessoais, mas os interesses do partido, permitirem terem ao partido outras lideranças que possam produzir melhores resultados", justificou.

Mariana Leitão rejeitou a ideia de que todas estas mudanças prejudicassem a afirmação do partido, que "marcou a agenda de forma decisiva" ao longo dos anos. "E marcou em inúmeros temas", acrescentou, exemplificando com a redução de impostos, a importância de haver políticas que promovam crescimento económica e também a reforma do Estado: "Tudo isso foram áreas políticas que a IL pôs na agenda política. Muitos destes temas não se falavam anteriormente e hoje em dia não há partido político que não fale nestes temas em concreto."

Ainda assim, Mariana Leitão 'veio' com a ideia de trazer "estabilidade". "Pelo menos uma recandidatura à liderança do partido, farei", afirmou, sublinhando que não está prevista uma 'quebra' desta legislatura.

Não quereria estar nos dois campeonatos. Fiz a opção que achei que era mais relevante para o partido e para o país

Falando ainda acerca da possibilidade de anunciar a candidatura a Belém e a outras funções, e confrontada com as afirmações de que seria uma "mulher para todos os cargos", Mariana Leitão justificou ter muita disponibilidade para abraçar desafios. "Posso trazer esse valor acrescentando", garantiu.

"Não quereria estar nos dois campeonatos. Fiz a opção que achei que era mais relevante para o partido e para o país", afirmou, referindo-se a Belém.

Ainda quanto à sua eleição, para a qual era a única candidata, Mariana Leitão não se focou nos 23% de votos que não foram para si: "Gosto de olhar e ver que houve 2/3 que depositaram essa confiança em mim [...]. É um resultado perfeitamente normal para a Iniciativa Liberal e para as circunstâncias."

Ainda quanto à questão de ser "mais radical" na IL, Mariana Leitão rejeitou haver radicalismos. "Foi quase uma ironia perante os que nos apelidam de radicais e fanáticos. Ainda no debate do Estado da Nação, o senhor primeiro-ministro utilizou essa expressão, fanáticos. Não há fanatismo, não há radicalismo, há crença profunda em políticas testadas, que funcionam. O radicalismo está na defesa das nossas ideias", atirou.

Cotrim 'presidenciável' e eleição de nova líder: A convenção da IL

Cotrim 'presidenciável' e eleição de nova líder: A convenção da IL

A candidata única à liderança Mariana Leitão foi eleita numa convenção marcada pela disponibilidade de Cotrim Figueiredo em candidatar-se às presidenciais.

Lusa | 07:35 - 20/07/2025

Com 42 anos e licenciada em Relações Internacionais, Mariana Leitão aderiu à IL em junho de 2019, tendo sido, entre 2020 e 2022, presidente do Conselho Nacional do partido e, entre 2022 e 2024, chefe de gabinete do Grupo Parlamentar da IL.

Nas eleições legislativas de 2024, foi eleita deputado e assumiu o cargo de líder parlamentar da IL na Assembleia da República, que mantém até agora. Tinha igualmente anunciado uma candidatura presidencial, que retirou quando anunciou a candidatura à liderança do partido.

Leia Também: Mariana Leitão fora das Presidenciais para se focar na "liderança da IL"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas