"Vamos enviar carta". Trump ameaça Japão com novas taxas alfandegárias

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na segunda-feira impor novas tarifas sobre o Japão, enquanto a Casa Branca sinalizou que pretende concluir acordos comerciais com vários parceiros após o feriado de 04 de julho.

President Trump Meets Congo And Rwanda Officials Following Peace Agreement

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Lusa
01/07/2025 06:05 ‧ há 5 horas por Lusa

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Tarifas

A mais recente investida de Trump contra Tóquio surge a pouco mais de uma semana do prazo de 09 de julho, data em que expira a suspensão de tarifas mais elevadas sobre dezenas de parceiros comerciais, incluindo o Japão. Trump acusou o país de se recusar a aceitar exportações de arroz norte-americano.

 

"Eles não aceitam o nosso ARROZ, e, no entanto, enfrentam uma escassez enorme de arroz", escreveu o chefe de Estado na sua rede social, Truth Social. "Por outras palavras, vamos enviar-lhes uma carta. E adoramos tê-los como parceiro comercial ao longo de muitos anos", acrescentou.

Trump tem procurado aumentar a pressão sobre parceiros internacionais antes da data-limite, ameaçando interromper as negociações e impor unilateralmente tarifas alfandegárias.

O Presidente suspendeu essas medidas em abril, concedendo um prazo de 90 dias para concluir acordos. Desde então, apenas foram anunciados dois entendimentos gerais, com o Reino Unido e a China.

O diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou também na segunda-feira que vários acordos poderão ser anunciados após o Dia da Independência. "Talvez as pessoas tirem uma hora ou duas no dia 04 para ver os fogos-de-artifício e depois voltamos ao trabalho. Vamos começar a anunciar os enquadramentos [dos acordos]", disse ao canal de televisão Fox Business.

Segundo o responsável, a prioridade é a aprovação do pacote fiscal e orçamental da Administração Trump no Congresso.

Hassett sublinhou que, apesar das declarações do Presidente, as conversações com Tóquio vão continuar. "Nada está encerrado. Sei o que ele publicou, mas continuarão as discussões até ao fim", afirmou.

As bolsas de Tóquio reagiram negativamente, com o índice Topix a cair até 0,7% na abertura dos mercados.

A escassez de arroz, citada por Trump, tem aumentado o descontentamento social no Japão, num contexto de crise do custo de vida. Os preços duplicaram no último ano, o que levou o Governo japonês a libertar reservas de emergência e a contornar os canais convencionais de distribuição.

Embora a medida tenha atenuado a insatisfação popular, causou fricções com o setor agrícola - um tradicional pilar eleitoral do partido no poder. A eventual entrada de arroz norte-americano poderá aliviar o mercado, mas poderá também ser percebida como uma cedência eleitoralmente sensível, a menos de três semanas das eleições para a câmara alta do Parlamento nipónico, marcadas para 20 de julho.

Não é a primeira vez que a Administração Trump acusa o Japão de protecionismo. Em março, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Tóquio impõe tarifas de até 700% sobre o arroz importado - uma alegação desmentida pelo Governo japonês.

O Japão é um dos mais importantes parceiros comerciais dos Estados Unidos, e por isso consta na lista de países que a Administração Trump considera elegíveis para negociações.

O secretário do Comércio, Howard Lutnick, afirmou na semana passada que o Governo norte-americano deverá concluir acordos com cerca de dez dos principais parceiros comerciais norte-americanos, enquanto os restantes receberão notificações formais com as novas tarifas.

As negociações entre Washington e Tóquio prolongam-se há vários meses, sem resolução de questões-chave sobre tarifas e barreiras comerciais. O Japão tem insistido na retirada das tarifas de 25% impostas ao setor automóvel, argumentando prejudicam gravemente uma indústria crucial. Mas Trump tem rejeitado o pedido, alegando que o Japão importa muito poucos veículos produzidos nos EUA.

O país enfrenta ainda uma tarifa separada de 24% sobre todas as exportações para os Estados Unidos, valor que foi reduzido para 10% durante o período negocial.

Leia Também: Tarifas? "Devemos devolver liberdade e equidade ao comércio"

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