O cardeal Pizzaballa e Teófilo III entraram em Gaza com centenas de toneladas de ajuda à população civil um dia depois do ataque do exército israelita à Igreja da Sagrada Família em Gaza, que fez três mortos e 11 feridos, segundo a agência de notícias EFE.
"Após o grave ataque ao complexo da Igreja da Sagrada Família em Gaza", Pizzaballa e Teófilo III chegaram em Gaza "como parte de uma delegação eclesiástica, expressando a preocupação pastoral partilhada pelas Igrejas da Terra Santa e a sua preocupação pela comunidade de Gaza", afirmou o Patriarcado Latino de Jerusalém em um comunicado.
"Agradecemos a Sua Santidade o Papa Leão XIV, que telefonou ao Cardeal Pizzaballa e ao Patriarca Teófilo à entrada de Gaza para oferecer o seu apoio, a sua proximidade e as suas orações", sulbinhou a nota.
Durante a sua estadia, o cardeal Pizzaballa "avaliará pessoalmente as necessidades humanitárias e pastorais da comunidade, para ajudar a orientar a presença e a resposta contínuas da Igreja".
"À pedido do Patriarcado Latino, e em coordenação com parceiros humanitários, foi garantido o acesso para a entrega de assistência essencial não só à comunidade cristã, mas também ao maior número possível de famílias", o que "inclui centenas de toneladas de mantimentos alimentares, 'kits' de primeiros socorros e equipamento médico urgente".
Além disso, "o Patriarcado garantiu a retirada dos feridos no ataque para instituições médicas fora de Gaza, onde receberão cuidados médicos".
"Rezamos pela segurança da delegação e pela suspensão das atividades militares durante a visita", concluiu o Patriarcado, depois de a Itália ter solicitado a Israel que "garantisse plenamente a segurança" de Pizzaballa e Teófilo III.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, afirmou estar em contacto com os dois líderes religiosos, que "estão a entrar em Gaza com um carregamento de 500 toneladas de ajuda humanitária à população civil", e solicitou, em nome do Governo italiano, "que Israel interrompa as ações militares e garanta plenamente a segurança dos dois enviados na sua importante missão".
O ataque à paróquia católica em Gaza, ocorrido quando mais de 400 deslocados se encontravam na igreja, incluindo crianças e pessoas com necessidades especiais, recebeu a condenação unânime da comunidade internacional.
O Papa Leão XIV reiterou o seu apelo a um "cessar-fogo imediato" em Gaza e a um "diálogo" entre as partes, depois de ter manifestado a sua "profunda tristeza" pelo ataque.
Entre os feridos está o pároco da igreja, o padre Gabriele Romanelli, a quem o Papa Francisco telefonava diariamente desde o início da invasão israelita da Faixa de Gaza até pouco antes da sua morte, a 21 de abril.
Na noite passada, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou que "uma munição perdida" do exército israelita tenha atingido a igreja e afirmou que "cada vida inocente perdida é uma tragédia", numa mensagem enviada apenas após uma conversa telefónica com o Presidente norte-americano, Donald Trump.
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