No topo da petição hoje divulgada está a assinatura de Yuval Abraham, cineasta e jornalista israelita que realizou ('No Other Land'), premiado com um Óscar de Melhor Documentário e que retrata ataques de colonos israelitas contra uma comunidade palestiniana na Cisjordânia.
"O nosso país está a matar de fome o povo de Gaza e a contemplar a expulsão de milhões de palestinianos da Faixa de Gaza", lê-se na carta enviada para vários meios de comunicação, incluindo o The Guardian.
"Nós, israelitas empenhados num futuro pacífico para o nosso país e para os nossos vizinhos palestinianos, escrevemos isto com vergonha, raiva e agonia", afirmam na carta.
Por isso, pedem à comunidade internacional que "imponha sanções drásticas contra Israel até que termine esta campanha brutal e implemente um cessar-fogo permanente".
Outro signatário da nota é o ex-procurador-geral israelita e ex-juiz do Supremo Tribunal Michael Ben-Yair, que na segunda-feira se referiu às ações de Israel em Gaza como "genocídio" na sua conta X nas redes sociais.
A ex-parlamentar Tamar Gozansky também aderiu à petição.
Além de figuras políticas israelitas, académicos e personalidades da cultura juntaram-se à reivindicação de sanções contra o seu país personalidades como Ari Folman, vencedor de um Globo de Ouro pelo filme 'Valsa com Bashir', que relata o massacre de Sabra e Chatila cometido contra refugiados palestinianos em Beirute.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e mais de duas centenas foram feitas reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 60 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 140 pessoas já morreram de desnutrição e fome.
Leia Também: Gaza? "Não há justificação para a fome nem para a morte desumana"