A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) e o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) estão entre as organizações referidas numa declaração conjunta divulgada em Genebra, Suíça.
É necessário "evitar mais fome e sofrimento desumano", afirmaram no documento, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Os peritos alertaram que mais de 500.000 pessoas, ou um quarto da população de Gaza, enfrentam a fome e 320.000 crianças com menos de 5 anos estão em risco de subnutrição aguda.
"A fome foi utilizada como uma arma de guerra selvagem e constitui um crime de direito internacional", disseram.
Os peritos reiteraram as críticas à ação da Fundação Humanitária de Gaza (FHG), criada sob os auspícios de Israel e dos Estados Unidos.
A GHF "levou a uma grave escassez de alimentos e causou a morte de quase 1.400 pessoas que procuravam alimentos, um resultado previsível ao impedir uma assistência humanitária eficaz e imparcial por parte de atores internacionais de confiança e experientes", lamentaram.
Os peritos defenderam ainda que os outros países "devem também fazer tudo o que estiver ao seu alcance para restabelecer o sistema humanitário da ONU em Gaza".
Israel impôs um bloqueio à Faixa de Gaza e impediu as organizações internacionais de distribuírem ajuda à população, que tem sido feita exclusivamente pela FHG desde maio.
A ofensiva israelita em curso em Gaza seguiu-se ao ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023.
O ataque do Hamas causou cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, com a resposta militar israelita a provocar mais de 61.000 mortos em Gaza, segundo balanços das duas partes.
A ofensiva israelita causou também uma grave crise humanitária em Gaza, com denúncias de mortes de crianças à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do território palestiniano.
O Hamas, que controla Gaza desde 2007, integra o chamado "eixo de resistência" a Israel e Estados Unidos liderado pelo Irão, de que fazem parte outros grupos radicais do Médio Oriente, como o Hezbollah libanês e os Huthis do Iémen.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.
Leia Também: Ajudas da Fundação Humanitária de Gaza? "Assassinatos orquestrados"