O candidato presidencial Henrique Gouveia falou, esta quinta-feira, durante uma visita ao novo hospital de Sintra, destacando que esta é uma das áreas com as quais os portugueses estão amis preocupados.
"Os portugueses estão preocupados com três grandes temas: a habitação, a saúde e a imigração", apontou em declarações aos jornalistas no local.
Gouveia e Melo apontou que a saúde deve ser uma prioridade, porque "é um dos elementos que mais combate as desigualdades sociais."
Considerou ainda que o Presidente, "seja quem for o escolhido, deve ser um paladino dos problemas que os portugueses sentem."
Questionado sobre se o chefe de Estado poderia ter mais alguma influência - discreta - junto do Governo, nomeadamente, em relação aos vários casos que têm vindo a acontecer e a recusa da atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em demitir-se.
"Tenho a minha opinião. Não a vou manifestar agora. Acho que esse tipo de problemas deve ser resolvido no segredo dos gabinetes. Imagino que [Marcelo Rebelo de Sousa] fará reuniões e terá as conversas necessárias com o primeiro-ministro. E é isso que deve fazer - não de forma pública, mas de forma reservada", atirou.
Saúde? "Não ou contra o modelo privado, mas sou defensor do modelo público"
O candidato presidencial alertou ainda para a importância de "não afundar o modelo público" de saúde, considerando este é o único capaz de "combater verdadeiramente as desigualdades e garantir uma saúde para todos".
"Nós temos um problema que não é de recursos. Nós duplicámos nos últimos dez anos praticamente recursos financeiros. Temos um problema organizacional, nítido, e um problema do modelo, da concorrência entre um modelo privado e um modelo público. E como é que nós vamos resolver esse problema? Não afundando o modelo público", defendeu.
Na ótica do antigo coordenador da 'task force' para a vacinação contra a Covid-19, "o modelo público é aquele que, na realidade e no fim, garante o acesso de saúde universal a todos os portugueses".
"Eu sou um defensor do modelo público. Não estou contra o modelo privado, no entanto, o modelo público é aquele que vai combater verdadeiramente as desigualdades e vai garantir uma saúde para todos, e isso é uma coisa que todos nós temos que estar preocupados", salientou.
O novo governador do Banco de Portugal
Antes de visitar as instalações do novo hospital, Gouveia e Melo foi recebido pelo presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta.
Interrogado sobre a escolha do novo governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, e sobre se o cargo deveria ser mais independente, uma vez que o sucessor de Mário Centeno (PS) é um social-democrata, Gouveia e Melo disse que a instituição "deve ter a máxima independência do Governo", sendo esse "o seu papel".
"E depois, claro que a seleção é da área do executivo, que deve selecionar, essencialmente, uma pessoa competente. E, portanto, julgo que não está em questão a competência da pessoa selecionada", sustentou.
[Notícia atualizada às 17h35]
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