Estudo revela que gatos podem ter demência tal como os humanos

O estudo foi realizado pela Universidade de Edimburgo e mostrou que os sintomas podem ser idênticos aos de humanos. A investigação foi publicada no European Journal of Neuroscience esta terça-feira.

gato, doente

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Adriano Guerreiro
12/08/2025 23:26 ‧ ontem por Adriano Guerreiro

Lifestyle

Estudo

Um estudo publicado esta terça-feira no European Journal of Neuroscience revelou que os gatos podem ter demência tal como os humanos. O estudo foi realizado pela Universidade de Edimburgo e mostrou que existem sintomas que podem ser idênticos tanto nos animais como em humanos.

 

A investigação analisou o cérebro de 25 gatos que apresentavam sintomas de demência ao longo da sua vida, como distúrbios do sono. Descobriram também que houve uma aumento de beta-amiloide, uma proteína bastante associada à doença de Alzheimer.

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"A demência é uma doença devastadora, não importa se afeta humanos, gatos ou cães. As nossas descobertas destacam as semelhanças impressionantes entre a demência felina e a doença de Alzheimer em humanos", revela Robert McGeachan, um dos responsáveis pelo estudo.

Revela que estas descobertas podem ser importantes para novos estudos sobre a doença. "Isto abre a porta para explorar novos tratamentos promissores para a doença de Alzheimer humana e também podem ajudar os nossos animais de estimação mais idosos."

Nos animais testados foi encontrado beta-amiloide dentro das sinapses, que se tratam das junções entre as células cerebrais. "Como os gatos desenvolvem naturalmente estas alterações cerebrais, também podem oferecer um modelo mais preciso da doença do que os animais de laboratório tradicionais, beneficiando, em última análise, tanto a espécie quanto seus cuidadores."

Como é que estudo pode ser benéfico para os gatos?

Danielle Gunn-Moore, especialista em medicina felina, revelou à BBC como esta descoberta pode ser relevante para o estudo dos animais. "É ao realizar estudos como este que entenderemos a melhor a forma de tratá-los. Será importante para os gatos, os donos e até pessoas com Alzheimer."

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Alzheimer em cães

Chama-se Disfunção Cognitiva Canina (SDCC) e é comumente conhecida como demência canina.  Lifestyle ao Minuto falou com José Rui Branco, médico veterinário e diretor da clínica O Meu Vet, que nos explicou tudo sobre esta condição neurodegenerativa.

“A idade geriátrica corresponde à fase da vida em que o animal apresenta alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento, com maior risco de incidência de doenças degenerativas, cognitivas ou sistémicas, mesmo que ainda não exista uma patologia diagnosticada.”

Algumas das causas podem ser idênticas aos dos humanos. “A disfunção cognitiva (SDCC) resulta assim de um processo multifatorial de envelhecimento cerebral, em que há danos celulares cerebrais associados à atrofia; má perfusão sanguínea, com impacto na circulação de oxigénio e nutrientes devido à diminuição do fluxo sanguíneo; inflamação sistémica ligeira mas persistente; acumulação de proteínas beta-amiloide – esta deposição de proteínas anormais são amplamente estudadas e reconhecidas no processo de desenvolvimento da doença de Alzheimer em humanos, sendo responsáveis pela má comunicação entre neurónios, com morte celular e, por fim, o stress oxidativo, que resulta no aumento dos radicais livres e diminuição das defesas antioxidantes”, explica.

E quais são os sintomas mais comuns? Os sinais da Disfunção Cognitiva são diversos, e são principalmente visíveis na rotina do cão, já que este deixa de ser capaz de realizar algumas tarefas ou comandos do dia-a-dia que anteriormente fazia com destreza e segurança. 

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