Segundo o porta-voz da Polícia Nacional, subcomissário Mateus Rodrigues, a situação atual é estável e os focos de desordem registados de manhã já estão controlados.
"Nós temos as nossas forças a controlarem esses locais", disse Mateus Rodrigues em declarações à imprensa, frisando a apreensão de alguns bens "na posse dos indivíduos que cometeram os atos de violência" registados em vários pontos da capital angolana.
A Polícia contabilizou a destruição de cerca de 20 autocarros de transportes públicos, estando por contabilizar os veículos particulares danificados.
Mateus Rodrigues frisou que os dados ainda são preliminares, porque a polícia continua a calcular e a receber as informações sobre o que efetivamente ocorreu.
"Do ponto de vista das medidas, elas continuam elevadas, as nossas forças continuam nas ruas a garantir que aqueles pequenos focos de desordem sejam desativados", salientou.
O porta-voz da Polícia Nacional desencorajou os cidadãos a enveredar por "qualquer ato de desobediência".
De acordo com a fonte, as forças de segurança pública "não vão tolerar esses atos de desordem pública e serão tomadas medidas drásticas, medidas cabais, no sentido de se repor a ordem pública a todo o custo".
"Queremos reiterar, desencorajar, os cidadãos que estão a praticar este tipo de atos, estamos a investigar (...) temos dados, temos imagens, nós continuamos com a investigação e todos aqueles que praticaram os atos de pilhagem serão detidos, para além destes 100, haverá outras detenções e todos eles serão levados aos órgãos de justiça", afirmou.
Neste último balanço, a Polícia não apontou qualquer vítima mortal ou feridos registados durante os tumultos, depois de ter referido, na sua primeira intervenção, uma pessoa ferida, que posteriormente teria sido socorrida.
No início deste mês, o preço do gasóleo passou de 300 para 400 kwanzas por litro (0,28 para 0,37 euros), no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023, levando a um reajuste das tarifas dos transportes públicos.
Face à subida do preço do gasóleo, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) passou de 200 (0,19 euros) para 300 kwanzas (0,28 euros) o preço do serviço de táxis coletivos (transporte ocasional de passageiros) e de 150 (0,13 euros) para 200 kwanzas a tarifa do serviço de autocarros urbanos.
Os taxistas sublinham que se passaram mais de 15 dias sem o Governo "ouvir o grito de socorro dos taxistas", por isso decidiram, "as Associações e Cooperativas de taxistas ANATA, ATA, CTMF, ATLA, CTCS, 2PN, AB-TAXI" paralisar os serviços de táxi nos dias 28,29 e 30 deste mês.
Nas primeiras horas de hoje registaram-se enchentes nas paragens de táxis, em vários pontos da província, com muitos vídeos a circularem nas redes sociais dando conta da situação, dos atos de vandalismo em lojas, autocarros apedrejados, barricadas nas estradas, pneus a arderem.
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