Em comunicado, o governo municipal indicou que 28 pessoas morreram no distrito de Miyun, o mais afetado, e duas no distrito de Yanqing, ambos situados na periferia de Pequim.
Mais de 80 mil residentes foram retirados da cidade, incluindo cerca de 17 mil em Miyun, acrescentou a mesma nota. Durante a noite de segunda-feira voltou a chover com intensidade na área.
Nesse dia, as autoridades reportaram ainda um deslizamento de terras que causou quatro mortos na zona rural de Luanping, na vizinha província de Hebei, onde outras oito pessoas continuam desaparecidas. Um residente disse ao jornal estatal Beijing News que as comunicações estão cortadas e não consegue contactar os familiares.
As tempestades causaram uma precipitação média superior a 16 centímetros em Pequim até à meia-noite de hoje, com duas localidades de Miyun a registarem 54 centímetros de chuva, segundo o governo municipal.
As autoridades de Miyun abriram as comportas de uma barragem que atingiu o nível mais elevado desde a sua construção, em 1959, e alertaram a população para se manter afastada dos rios a jusante, cuja subida vai continuar devido à previsão de mais chuva.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou na segunda-feira que as cheias em Miyun causaram "graves baixas" e apelou a operações de salvamento, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.
O temporal provocou cortes de eletricidade em mais de 130 aldeias, destruiu linhas de comunicação e danificou mais de 30 troços de estrada. Na zona de Miyun, as inundações arrastaram automóveis e derrubaram postes de eletricidade.
Em Taishitun, a cerca de 100 quilómetros a nordeste do centro de Pequim, árvores arrancadas ficaram empilhadas com as raízes expostas e as ruas ficaram cobertas de lama, que atingiu paredes de edifícios.
"As águas chegaram de repente, tão rápidas e súbitas. Em pouco tempo, tudo estava a encher", relatou Zhuang Zhelin, que limpava a lama com a família na sua loja de materiais de construção, citado pela agência Associated Press.
O vizinho, Wei Zhengming, médico de medicina tradicional chinesa, retirava lama da sua clínica, de chinelos e com os pés cobertos de lodo. "Estava tudo inundado, à frente e atrás. Fugi para o andar de cima e fiquei à espera de resgate. Pensei: se ninguém vier buscar-nos, estamos em sérios apuros", contou.
As autoridades de Pequim ativaram na segunda-feira à noite o nível máximo de emergência, ordenando à população que permanecesse em casa, encerrando escolas, suspendendo obras e atividades turísticas ao ar livre, medidas que vão vigorar até nova indicação.
A capital chinesa previa para hoje de madrugada a chuva mais intensa, com precipitação até 30 centímetros em algumas zonas.
Segundo a Xinhua, cerca de 10 mil pessoas foram também retiradas do distrito de Jizhou, na cidade vizinha de Tianjin.
O Governo central anunciou o envio de 50 milhões de yuan (cerca de seis milhões de euros) para Hebei e destacou uma equipa de alto nível de socorristas para apoiar as cidades afetadas, incluindo Chengde, Baoding e Zhangjiakou.
Pequim e Hebei tinham já sofrido graves inundações em 2023 que causaram dezenas de mortos.
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