Num comunicado, o Ministério da Defesa sírio anunciou, em coordenação com o Ministério do Interior, o envio de "unidades militares para as zonas afetadas", "a abertura de passagens seguras para civis" e o seu compromisso de "colocar um fim aos confrontos de forma rápida e decisiva".
Os confrontos continuam hoje, de forma esporádica, em algumas aldeias da província de Sweida, informaram o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) e o portal de notícias local Suwayda 24.
A televisão estatal confirmou o número de mortos de seis soldados sírios e o Ministério da Defesa sírio, por sua vez, anunciou mais de 30 mortos e cerca de 100 feridos.
O OSDH referiu que pelo menos 50 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante confrontos armados na cidade de Sweida e noutras aldeias da província com o mesmo nome.
A organização não-governamental (ONG) referiu ainda que a autoestrada que liga Damasco a Sweida permanecia encerrada.
No domingo, o ministro do Interior, Anas Khattab, declarou na rede social X que "a ausência de instituições estatais, militares e de segurança é uma das principais causas das tensões persistentes em Sweida".
"A única solução é reativar [o papel das] instituições para garantir a paz civil", garantiu Khattab.
Os confrontos eclodiram no domingo, um dia depois de "o rapto de um vendedor de legumes druso por beduínos armados que montaram bloqueios na estrada entre Sweida e Damasco", indicou o OSDH.
"O incidente intensificou-se" e os dois lados sequestraram mais pessoas, acrescentou a organização não-governamental.
Segundo o portal Suwayda 24, as pessoas raptadas foram libertadas no domingo à noite.
O governador de Sweida, Mustafa al-Bakour, pediu no domingo aos residentes que "exerçam moderação", e os líderes drusos apelaram à intervenção das autoridades.
O OSDH afirmou que a tensão está ao rubro desde os confrontos inter-religiosos em abril entre combatentes drusos e forças de segurança nas zonas drusas perto de Damasco e em Sweida, que fizeram mais de 100 mortos.
Membros de tribos beduínas sunitas de Sweida participaram nos confrontos juntamente com as forças de segurança, segundo a ONG.
Com cerca de 700.000 habitantes, a província de Sweida alberga a maior comunidade drusa do país, uma minoria esotérica do Islão xiita. As tensões entre drusos e beduínos são antigas e a violência irrompe esporadicamente entre os dois lados.
Esta nova violência intercomunitária serve como um lembrete dos desafios de segurança enfrentados pelo Governo interino de Ahmad al-Charaa, que derrubou o Presidente Bashar al-Assad em dezembro, num país que está devastado por quase 14 anos de guerra civil.
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